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Fundo de Apoio à Estratégia Nacional para a Integração das Comunidades Ciganas apoia 11 projetos inovadores

Texto|Foto: ACM 

O Alto Comissariado para as Migrações (ACM) formalizou esta quinta-feira, com a assinatura de 11 protocolos de apoio (ver projetos em anexo), no valor aproximado de 50 mil euros, o arranque dos 11 projetos aprovados a financiamento no âmbito do FAPE – Fundo de Apoio à Estratégia Nacional para a Integração das Comunidades Ciganas (ENICC).

A Cerimónia decorreu, no Centro Nacional de Apoio ao Imigrante (CNAI), em Lisboa, em presença do Alto-comissário para as Migrações, Pedro Calado.

Combater a discriminação, sensibilizar a opinião pública para esta questão, formar a cidadania e incentivar a participação das comunidades ciganas, também enquanto exercício de cidadania, são algumas das metas destes projetos de “cariz experimental e inovador” e de duração não superior a 9 meses. Ações de formação para o associativismo, bem como outras iniciativas de promoção de atividades económicas e empreendedoras, são outras das ações admitidas.

O Alto-comissário realça o facto de ser esta “a primeira vez que a sociedade civil recebe fundos do Estado para a integração de membros da Comunidade cigana” o que, por conseguinte, vai implicar responsabilidades acrescidas: “tivemos que lutar muito para demonstrar a importância deste fundo de financiamento, sendo que cada euro terá que ter um retorno social muito forte”, afirma Pedro Calado.

 

A responsabilidade dos bons resultados

Dirigindo-se aos membros das entidades representadas, o Alto-comissário sublinha: “A nossa escolha recaiu em vós e isso dá-vos também uma grande responsabilidade”.

Neste seguimento, O ACM, através do Gabinete de Apoio às Comunidades Ciganas (GACI), vai acompanhar as instituições e prestar todo o apoio necessário: “Vamos estar sempre muito perto de vós para sorver a experiência que destes projetos vai sair. Vocês passam a ser também embaixadores do ACM, com o papel de fazer passar a mensagem certa, para que este financiamento tenha um impacto maior do que o esperado”, sublinha o Pedro Calado.

Na área do combate à discriminação e exclusão social das comunidades ciganas, o Alto-comissário entende que “ainda há muito por fazer” e promete não deixar de intervir nesta matéria: “São os nossos ciganos! Nossos, porque, como todos nós, são também cidadãos portugueses”.

O trabalho prossegue e o GACI  já agendou, para o próximo dia 25 de junho, uma sessão de esclarecimento a todos os responsáveis envolvidos.

Destaque-se que, as 11 entidades selecionadas partiram de um total de 53 candidaturas, abrangendo instituições públicas e privadas de todo o país, todas sem fins lucrativos e muitas delas oriundas de Associações Ciganas. Os resultados provisórios foram divulgados no Dia Internacional dos Ciganos, dia 7 de Abril.

 

Comunidades ciganas apostam na inovação

Ideias experimentais e inovadoras entram em destaque nos projetos: ações de formação/sensibilização com vista ao combate à discriminação das comunidades ciganas e à promoção do diálogo intercultural entre estas e a sociedade maioritária, via sessões de debate, teatro, campanhas de sensibilização, produção de documentários, programa de rádio, workshops e ateliers de dança e Música.

Projetadas estão também ações de sensibilização na área da saúde e prevenção de doenças junto da comunidade cigana, bem como a criação de um jogo lúdico-pedagógico sobre a cultura cigana, visando sensibilizar os mais jovens para o não preconceito e ações de formação para jornalistas e editores.

De sublinhar ainda, ações de formação que preveem o empowerment das mulheres ciganas, através da promoção da igualdade de género, prevenção da violência de género e o associativismo feminino, dinamizadas por mulheres ciganas, ou ações de formação para capacitar as comunidades ciganas para a relação com os Media, através da produção de um filme de curta duração.

Estão previstas igualmente, algumas ações de formação na área do associativismo, que vão intervir nas áreas da avaliação e projetos, financiamento, marketing associativo, técnicas de comunicação, liderança e trabalho de equipa.

 

“Podemos chegar mais longe agora”

A Lifeshaker é uma das entidades escolhidas e irá acolher o projeto “Sim!”. Esta associação juvenil de Almada tem, ao longo dos seus 5 anos existência, vindo a intervir na área de Inovação social e desenvolvimento comunitário. Patrícia Gil, a representante, fez questão de manifestar a satisfação pela concretização deste financiamento para a prossecução dos objetivos: “as expetativas são ótimas. Podemos chegar mais longe agora”.

A Lifeshaker irá apoiar a implementação de um website, criado por jovens ciganos do bairro amarelo, que terá o objetivo primeiro de divulgar a cultura dos jovens ciganos. “Dizem que estes jovens não querem trabalhar, mas nós nunca vimos isso. Vamos trabalhar para que este website possa ter impacto a nível nacional e desmistificar a cultura cigana”, refere Patrícia Gil, que se fez acompanhar, nesta sessão de assinatura de protocolos, de dois jovens abrangidos nesta ação.

Publicado: Sexta, 15 Maio, 2015

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