Texto: Noticias ao Minuto | Foto: Direitos Reservados
Com o ressurgimento das questões relativamente à imigração ilegal, Durão Barroso lembra que a Comissão Europeia não tem meios para fazer face aos problemas dos países individualmente.
Durão Barroso já deixou a presidência da Comissão Europeia há semanas, mas as questões do velho continente continuam bem presentes na mente do social-democrata.
Em entrevista à TSF, o antigo governante europeu defende a necessidade de existência política comum para fazer face aos problemas enfrentados por diversos países no que toca a imigração ilegal e para os refugiados.
O antigo responsável em Bruxelas lembra que “isso foi o que a Comissão Europeia sempre tentou e alguma coisa se conseguiu, mas suficientemente. Mais uma vez quero lembrar que as responsabilidades em relação, por exemplo, a ajuda a refugiados são responsabilidades nacionais. Não é uma competência da União Europeia. Eu gostava que fosse, só que os países procuram manter as suas prerrogativas nessa matéria. Só quando têm dificuldades, como é agora o caso da Itália, que recebe muitos refugiados que querem chegar à Europa, é que os países se lembram de dizer que isto deve ser dividido por todos”, sustenta o antigo primeiro-ministro português.
Na conversa mantida com a rádio portuguesa, Durão lembra que a agência europeia que patrulha o Mediterrâneo conta apenas com 60 efetivos, o que, na perspetiva do antigo responsável europeu, é claramente insuficiente.
“A CE não tem barcos, helicópteros ou aviões. As instituições europeias não podem fazer nada se não forem os governos a por esses meios à disposição. Eu lembro-me quando a agência Frontex começou a trabalhar tinha cerca de 60 pessoas, que é menos do que uma esquadra da polícia em Paris. Como é que se pode responder aos problemas da imigração ilegal, clandestina com esse número de pessoas? Temos que por ao serviço das instituições europeias, se queremos ter uma política europeia, meios suficientes. Meios humanos, financeiros, operacionais e logísticos. Isso agora começa a ser feito, mas não é suficiente”, conclui.
Publicado: Terça, 21 Abril, 2015
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