"Die Fremde" (A estranha), de Feo Alagad, foi o vencedor do Grande Prémio Panazorean. "América", de João Nuno Pinto, ganhou a competição nacional. Já se pensa na segunda edição.
O filme de Alagada retrata o drama de uma turca-alemã quando se separa do marido e deixa de ser aceite pela família. Nuno Pinto fala-nos em especial de uma jovem russa e de um ucraniano e de toda a envolvente da imigração ilegal.
O último dia do festival começou com a exibição extra-competição do documentário "É na terra não é na lua", de Gonçalo Tocha, que levou o Teatro Micelense, em Ponta Delgada, a maior enchente do festival . Ontem recebeu mais um prémio, no Festival Bafici, na Argentina, para juntar ao de Locarmo, Suiça, e ao galardão máximo no Doc de Lisboa,
Os micaelenses descobriram ou redescoriram uma ilha sobre a qual existem muitos histórias e mitos, acompanhando todo o documentario com comentários, risos e gargalhadas. E uma enorme salva de palmas no final, neste que foi o primeiro Festival Internacional de Cinema sobre Migrações e Interculturalidade, organizado pela Associação de Imigrantes nos Açores (AIPA).
"Gostei muito!" "Percebe-se bem a insularidade." "Fui uma vez às Flores e já senti esse isolamento, imagine-se ali". "Quero agradecer, senti que viajei." Muito bonito." Algumas das observações no final de três horas de filme, tempo que não se dá por passar, tempo que o realizador e operador de câmara tiveram para ir descobrindo as pessoas, as histórias e a ilha. Sete metros por quatro e 450 habitantes.
A exibição do filme de Gonçalo Tocha foi uma homengem do Festival. "Foi um projeto pensado aqui. É um prazer enorme estar aqui e faz todo o sentido porque foi daqui que parti", agradeceu o realizador perante a sala. Ao DN sublinhou: "É uma exibição especial, É a ilha da minha família e, também, tem esse valor simbólico. Foi quando apresentei o "Balaou, em São Miguel, que pensei em fazer um documentário sobre o Corvo. Era uma forma de voltar a filmar nos Açores e queria fazer uma coisa que tivesse um lado de aventura e de dscoberta. E o Corvo é um sítio, por excelência, onde podemos ter a expetativa de descobrir alguma coisa. É sobre os Açores, mas é mais do que isso: é sobre um pequeno mundo!"
Concorreram 35 filmes, 15 longas e 20 curtas-metragens, provenientes de 15 países.As diferenças entre os países de origem e de acolhimento, as leis e as políticas de imigração, os motivos que levam a emigrar foram os temas em destaque.
Vencedores:
Grande Prémio Panazorean, 3 000 euros: "Die Fremde", de Feo Aladag.
Prémio Nacional, 2000 euros: "América", de João Nuno Pinto
Prémio Açores. 1 000 euros: "PDL-LIS", de Diogo Lima.
Prémio do Público Internacional, 1750 euros: "Almanya", de Yasemin Samdereli
Prémio Público Nacional, 1000 euros; "Éden", de Daniel Blaufuks
Prémio Público Regional, 1 000 euros: "50 pesos argentinos", de Manuel Bernardo Cabral
Prémio Novo Talento Nacional, 500 euros em formação: "Yama no Anata"m Aya Koretzky
Prémio Novo Talento Regional, 350 euros, mais viagem de Ponta Delgada a Lisboa: "PDL-LIS", de Diogo Lima.
Prémio Escolas, 150 euros: "L'agriculture qui a quitté l'agriculture", do Grupo Escola Antero de Quintal.
Diário de Notícias, 22 de abril de 2012.
Publicado: Terça, 24 Abril, 2012
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