A actual crise financeira e vaga de despedimentos, segundo a AIPA (Associação dos Imigrantes nos Açores), contribui para a situação precária de cerca de 20% de imigrantes residentes no concelho de Ponta Delgada, que estão no desemprego. Paulo Mendes, director da AIPA, deu conta que o desemprego tem atingido de forma muito mais intensa a população imigrante, devido à diminuição da capacidade de gerar emprego de certos sectores, como o da construção civil, que agrupa um número muito significativo de trabalhadores imigrantes. Além do desemprego outra questão que tem contribuído para a vulnerabilidade dos imigrantes açorianos é a renovação do seu visto de residência. “Apesar da redução do valor necessário para a renovação da autorização de residência, muitos imigrantes não o conseguem pagar porque estão em situação de desemprego e também ficam muitas vezes fora do sistema para a obtenção de subsídios de desemprego. Estamos a falar de uma situação que tem vindo a ser cada vez mais preocupante”, alertou Paulo Mendes. Na ausência de emprego e de rendimento alguns imigrantes têm optado por abandonar os Açores, sendo que em 2010 ocorreram 13 pedidos de imigrantes para terem acesso ao programa de retorno voluntário da OIM (Organização Internacional das Migrações). Paulo Mendes explica que estes abandonos “são sobretudo de imigrantes que vieram para cá para trabalhar na construção civil. Na ilha do Faial, por exemplo, este abandono é muito notório”. O presidente da AIPA esclareceu ainda “que nem todas as pessoas para os seus países de origem. Os imigrantes tentam ir para outros espaços, nomeadamente para o continente português”. Paulo Mendes revelou que a partir de 2008 tem havido também uma redução dos fluxos migratórios para a Região Autónoma dos Açores. “A redução tem sido daquela imigração estritamente económica. Paralelamente, a manutenção de algum refluxo migratório, desde 2008, tem na sua base o reagrupamento familiar”, explicou. Contudo, “estamos numa fase de completa estabilização da população imigrante da região”.
Açoriano Oriental, 6 de outubro de 2011.
Publicado: Quinta, 06 Outubro, 2011
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