Os trabalhadores estrangeiros indocumentados da França reúnem-se amanhã, 3, às 13 horas, em frente do Consulado do Senegal, em Paris, para manifestarem contra o governo gaulês. Estes trabalhadores queixam-se das imposições sociais de que são alvo na França, apesar de não beneficiarem de qualquer direito e/ou regalias sociais.
De acordo com os promotores dessa manifestação, grande parte dos 400 mil trabalhadores indocumentados da França possui documentos incompletos ou papéis falsos, sobre os quais os patrões fecham os olhos. Mesmo assim, prosseguem, pagam impostos, taxas e cotizações sociais, sem poder beneficiar dos direitos adquiridos, designadamente da reforma, do subsídio desemprego, da habitação social, dos serviços públicos e da cidadania.
“O Estado Francês encaixa cerca de dois milhões de euros por ano, sem qualquer crédito. Nós exigimos que esses trabalhadores beneficiem dos direitos adquiridos através do pagamento das suas cotizações sociais”, diz a organização da manifestação.
Os promotores desta iniciativa pedem ainda ao governo francês para parar com as expulsões, regularizar os trabalhadores sem documentos e ainda recuperar os direitos para todos. “Quando esses trabalhadores são expulsos, após descontarem durante anos na França, ficam privados de recursos nos seus países de origem. O pior é que esta atitude pesa na economia dos seus países porque reduz as ajudas aos seus familiares”, argumentam, lembrando que o dinheiro enviado pelos emigrantes, com ou sem papel, representa três vezes a Ajuda Publica ao Desenvolvimento (APD) dos governos dos países ricos.
Refira-se que os governos do Senegal, Tunísia, Gabão, Burkina Faso, Benin, RDC, Togo, Cabo Verde e Ilhas Mauricias assinaram com a França acordos de « Imigração Selectiva”, que facilita a expulsão dos indocumentados. Na França, quando os consulados desses países emitem os documentos de expulsão, estes tornam-se cúmplices do governo gaulês e privem os seus cidadãos de ajudas importantes.
Fonte: A Semana on line
Publicado: Terça, 03 Março, 2009
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