A intolerância e as discriminações relativamente aos muçulmanos aumentaram na Europa ocidental desde os atentados de 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos, advertiu a Federação Internacional de Helsínquia para os Direitos do Homem (IHF).
O sentimento crescente de uma ameaça ligada ao extremismo religioso reforçou os preconceitos e as discriminações em relação aos muçulmanos, que se sentem de forma crescente tratados com hostilidade e estigmatizados em razão da fé que professam", sublinha a IHF num relatório publicado em Viena.
A IHF dá conta da multiplicação dos insultos, dos atentados a bens e agressões físicas de que os muçulmanos são vítimas nos 11 países da Europa ocidental analisados (Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, França, Grécia, Itália, Holanda, Reino Unido e Suécia).
"Nenhum país escapa a este fenómeno", observou o presidente da IHF, Ulrich Fischer, em conferência de imprensa na sede da organização em Viena.
"A situação continua a degradar-se e é marcada por picos pontuais, como durante a adopção da lei sobre o véu nas escolas em França, em 2004, ou o assassínio de Theo van Gogh (cineasta holandês)", nota o director da IHF, Aaron Rhodes.
Paralelamente, certos meios de comunicação e partidos políticos sentem-se livres de "exprimir claramente a sua hostilidade em relação aos muçulmanos", apresentados cada vez mais como um "corpo estranho" e "perigoso", salienta a IHF.
Fonte: Lusa/AO
Publicado: Terça, 08 Março, 2005
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