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Primeiro-ministro quer cimeira das ilhas da Macaronésia

O primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, defendeu hoje a realização de uma cimeira entre os governos dos quatro arquipélagos das ilhas da Macaronésia, para definir e discutir uma agenda comum de cooperação e acompanhar a dinâmica do sector privado. José Maria Neves discursava na abertura da III Feira da Macaronésia, que integra as ilhas de Cabo Verde, Canárias, Açores e Madeira. O primeiro-ministro afirmou que é necessário discutir os problemas comuns entre estes arquipélagos, nomeadamente a questão da vulnerabilidade ecológica, a escassez de água. "Tenho insistido na ideia de uma agenda para cooperação e desenvolvimento das ilhas da Macaronésia, uma agenda que deveria integrar o ambiente e a água,que para nós, os cabo-verdianos, é uma questão fundamental para o futuro", afirmou. José Maria Neves disse ainda que essa agenda deveria integrar toda a problemática dos transportes entre as ilhas atlânticas e "tudo o que se relaciona com o mar, um dos maiores património das ilhas". "Um outro elemento importante deveria ser o desenvolvimento do capital humano, através da criação da rede das universidades da Macaronésia, a cooperação nas áreas da investigação e a formação profissional", garantiu. José Maria Neves referiu ainda as tecnologias de informação e comunicação, o comércio internacional, o turismo e a integração económica das ilhas da Macaronésia como sendo pontos a serem discutidos nesta cimeira. "Deveremos insistir numa cimeira entre os governos dos quatros arquipélagos para discutirmos esta agenda e acompanharmos a dinâmica do sector privado", argumentou. Na mesma altura, o presidente do Conselho Superior das Câmaras de Comércio das Canárias, José Miguel Suarez, afirmou que por parte dquele arquipélago há uma forte aposta em Cabo Verde e em todo o espaço da Macaronésia para a criação de um mercado interno. "Nós estamos aqui no meio do atlântico e temos que construir o nosso próprio mercado interno entre Cabo Verde, Açores, Madeira, Canárias e também países da Costa Ocidental Africana como Marrocos, Mauritânia Senegal e Mali e assim teremos um mercado interno de mais de 30 milhões de consumidores", frisou. Para isso, José Miguel Suarez afirmou que é necessário melhorar a comunicação entre as ilhas e ter um sistema de transporte mais eficaz. A III Feira da Macaronésia, que decorre de hoje até sexta-feira na Cidade da Praia, conta com cerca de 61 expositores sendo que as ilhas Canárias são o arquipélago mais representado, a que se segue Cabo Verde e os Açores. A Madeira não está presente na feira. O presidente da Feira Internacional de Cabo Verde, que co-organiza o evento com as Câmaras de Comércio das Canárias em Cabo Verde, estima que cerca de quatro mil pessoas irão passar pelo espaço durante os três dias da Feira. A feira apresenta uma diversidade de produtos e empresas, desde os serviços, electrónica, alimentação, construção civil, calçado e indústria automóvel, entre outros. Para este ano, está programado a iniciativa "Arquipélago Empreendedor", pela Câmara de Comércio e Indústria de Las Palmas realizada em parceria com a Universidade Jean Piaget. O Arquipélago Empreendedor pretende criar um espaço para oferta de serviços, formação profissional e despertar nos jovens para a iniciativa empresarial. Da parte dos Açores, a Câmara de Comércio entendeu promover o arquipélago como um todo em vez de ser empresas com stands separados. De acordo com o representante da Câmara de Comércio, Eduardo Braga, a opção foi montar um stand institucional no qual está Açores como uma marca. "O stand é institucional e promove o Açores como marca. Dentro do stand, da responsabilidade da Câmara Açoriana, temos empresas e produtos e tentamos trazer os produtos que poderão ter aceitação no mercado cabo-verdiano e divulgar os Açores no contexto económico", explicou. Eduardo Braga afirmou ainda que a maior parte dos produtos dos Açores presentes na feira são da indústria agro-alimentar que é a indústria açoriana por excelência. Eduardo Braga explicou à Lusa que apesar dos resultados terem aparecido lentamente, já se notam maiores trocas comercias entre Açores e Cabo Verde desde da primeira participação na Feira da Macaronésia. "Acho que aos poucos os Açores vão entrar no mercado cabo-verdiano porque os produtos dos Açores fazem parte da procura e das necessidades de consumo de Cabo Verde", explicou.

Publicado: Quinta, 19 Julho, 2007

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