A Nóuni - Associação para a Cooperação e o Desenvolvimento considerou hoje a falta de nacionalidade dos filhos dos imigrantes como o maior obstáculo à sua integração, apelando ao poder político para que se envolva neste debate.
"O maior óbice à integração dos filhos dos imigrantes é não terem a nacionalidade portuguesa, o que não lhes confere igualdade de direitos perante as instituições portuguesas", disse o presidente da associação.
Agostinho Rodrigues falava à Agência Lusa no final de uma reunião sobre a imigração de segunda geração, que decorreu em Lisboa e juntou representantes de cerca de duas dezenas de autarquias de todo o país, dirigentes associativos e deputados. O presidente da Nóuni estima que existam pelo menos 100 mil filhos de imigrantes que não têm, nem nacionalidade portuguesa nem a nacionalidade dos seus pais."Na prática são apátridas", defendeu Agostinho Rodrigues, para quem esta desigualdade impõe que o Estado repense o estatuto destes jovens perante a lei.
Agostinho Rodrigues diz ter consciência de que "se trata de um problema delicado" que não será resolvido de um dia para o outro, mas considera "urgente" que o poder político entre num debate que "já está a ser feito pela sociedade civil".
Para tal, o resumo das conclusões da reunião de hoje serão enviadas ao presidente da República, Assembleia da República e Governo.
A Nóuni - Associação para a Cooperação e Desenvolvimento é uma associação de direito internacional que desenvolve a sua acção na área da imigração e da cooperação com os Países de Língua Oficial Portuguesa.
Fonte: Açoriano Oriental
Publicado: Quarta, 01 Dezembro, 2004
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