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ESPANHA: 490 IMIGRANTES ILEGAIS MORRERAM EM 2006

Só neste ano o governo local achou cerca de 490 imigrantes mortos na tentativa de chegarem às Ilhas Canárias. Já a Cruz Vermelha afirma que morreram 3 mil imigrantes nesse período, enquanto que a Espanha pede à União Européia (UE) que impeça a chegada em massa de imigrantes ilegais. O vice-conselheiro de Assuntos Sociais e Imigração do governo das Canárias, Froilán Rodríguez, informou hoje que 490 cadáveres foram encontrados entre o litoral africano e o espanhol desde o começo do ano, mas o número de mortos pode ser muito maior, como indicam a Cruz Vermelha e a Meia-Lua Vermelha, que citam entre 2 mil e 3 mil pessoas desaparecidas no mar durante as travessias clandestinas. Ontem as autoridades da Mauritânia resgataram 15 corpos na praia de Nuakchot depois do naufrágio da embarcação na qual viajavam. Segundo a polícia local, eles provavelmente morreram de desidratação após o naufrágio do barco que saiu do Senegal. Outras 79 pessoas que estavam neste e em outro barco foram resgatadas. Durante a travessia muitos cadáveres são jogados ao mar e as autoridades não descartam que apareçam mais corpos, pois os sobreviventes não sabem informar quantos iniciaram a viagem. Apesar dos perigos da viagem em embarcações rudimentares, muitos subsaarianos se arriscam. Só este ano chegaram às Canárias cerca de 19 mil imigrantes, contra os cinco mil registrados em 2005 pelo governo local. Os maiores aumentos na chegada de imigrantes se registraram nas ilhas de Tenerife (635 em 2005 contra os 10.243 desde o começo do ano); e em La Gomera (de 72 em 2005, passou-se a 2.094 em 2006). O número não para de crescer. Hoje um navio de Salvamento Marítimo localizou uma espécie de canoa, 85 milhas ao sul de Tenerife, com 93 migrantes a bordo, todos em boas condições de saúde. Madri acha que a UE deve empenhar-se mais para conter a imigração ilegal, pois os "sem documentos" que chegam à Espanha também chegam no resto da Europa. A Espanha considera escassos os meios empregados até agora, como os da Agência Européia de Fronteiras (Frontex), que começou a atuar em agosto, com dois meses de atraso e menos recursos dos anunciados ao governo espanhol. Para esse fim, a vice-premier María Teresa Fernández de la Vega, viajará amanhã para Helsinque, capital da Finlândia (que exerce a presidência de turno da UE) e Bruxelas. "Todos os países da UE devem se envolver mais na busca de soluções aos movimentos migratórios irregulares, porque os que chegam ao nosso litoral chegam também ao continente europeu", disse Fernández de la Vega antes de embarcar. O governo espanhol pedirá à UE que se melhorem e agilizem os instrumentos jurídicos e financeiros que acompanham o esforço político da Europa nesse assunto, segundo as palavras do chanceler Miguel Angel Moratinos. "Se a Europa estivesse mais unida e tivesse uma política única de imigração não registraríamos os problemas de descoordenação no envio de fragatas, aviões e helicópteros", acrescentou o ministro. A Espanha, que impediu a chegada de mais imigrantes ilegais do Marrocos quando conseguiu a colaboração desse país, assinou um acordo com a Mauritânia para fazer a patrulha marítima conjunta. Já o Senegal aceita o envio de patrulhas mas rejeita que a Guarda Civil controle o tráfico de embarcações. As autoridades espanholas afirmam que o acordo com a Mauritânia evitou a saída de 1.343 imigrantes para a Espanha; e a pressão policial está desviando as embarcações ilegais para o sul, rumo a Guiné-Bissau. A nova rota para as Ilhas Canárias é de cerca 2 mil quilômetros e a travessia pode durar entre dois e 10 dias. Um estudo realizado pela Universidade Cheikh Anta Diop de Dakar citado ontem pelo jornal El Periódico da Catalunha, calcula que 200 mil jovens senegaleses estão dispostos a empreender viagem por mar para as Canárias nos próximos meses. A taxa oficial de desemprego no Senegal é de 45% e se calcula que 85% dos jovens não têm um emprego estável. A imigração, segundo números divulgados hoje, evitou que o Produto Interno Bruto (PIB) caísse na Espanha entre 1995 e 2005 em 0,6% anual, período em que houve um avanço de 2,6%, segundo um relatório publicado por Caixa Catalunha sobre a economia espanhola. (ANSA) Fonte:http://www.ansa.it/ansalatinabr/notizie/rubriche/mundo/20060828091334032339.html

Publicado: Terça, 29 Agosto, 2006

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