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Açores - Conhecer o mundo a trabalhar

São jovens, europeus, gostam de conhecer novas culturas e vão estar nos Açores a desenvolver as qualificações profissionais. São os estagiários do programa europeu de estágios profissionais Eurodisseia. Estão actualmente nos Açores onze jovens, vindos maioritariamente de Espanha, que durante um mês tiveram aulas de português e história açoriana, para que consigam aprender algo sobre a região e também para que se possam expressar sem dificuldades. O “Açoriano Oriental” acompanhou quatro desses jovens e, embora as limitações com o português ainda sejam visíveis, já todos conhecem o significado da palavra tão portuguesa que até então não conheciam: saudade. A espanhola Carla Palanca, 23 anos, está nos Açores desde Junho e está a delinear a estratégia de comunicação da Direcção Regional dos Assuntos Europeus e Cooperação Externa. Diz que os micaelenses são pessoas “simpáticas, sinceras e familiares” e já tem amigos açorianos. “Aqui conheces uma pessoa e aparecem cinco, então é muito familiar”, salienta ao comparar com os irlandeses de Dublin, onde também realizou um estágio e que considera “frios e distantes”. Diz que apenas conhecia os Açores da Cimeira das Lajes, mas agora já consegue eleger as Furnas como o local que mais gosta em São Miguel. “Nunca tinha visto sair fumo da terra daquela maneira e adoro o cozido das Furnas”, disse. Por outro lado, o também espanhol Jesus Argente, já decidiu que quer ficar nos Açores. Está a estagiar na Bell, na Ribeira Grande, no tratamento de águas residuais, mas a sua formação é em biologia marinha. Por isso, o ideal seria ficar num local “onde o mar tem tanta importância”, diz. Aos 29 anos já passou por vários estágios pela Europa, mas é a primeira vez que está nos Açores. Diz-se uma pessoa que gosta da natureza, por isso os amigos que já tem estão ligados às caminhadas. “Gosto de procurar locais para desfrutar da natureza”, daí que escolha a Ferraria, o Nordeste, o Faial da Terra e a Praia da Amora como os seus lugares favoritos em São Miguel. Quanto aos micaelenses, diz que o mais difícil “é entender o sotaque muito cerrado”, mas depois de passada a inicial “reserva, típica do isolamento”, revelam-se “boas pessoas” e deixa em português “são fixes”. Este foi também o populismo utilizado pela francesa Laetitia Lacroix, de 26 anos, e que está a estagiar na delegação de turismo. “Os açorianos são pessoas muito simpáticas, sociáveis, amigos, são fixes”, disse. Está a adorar o estágio na delegação de turismo, onde dá “informações sobre a ilha e aprende ao mesmo tempo, porque também sou um pouco turista”. Até agora diz que a experiência tem sido interessante e espera voltar. “Voltar mais tarde, em férias, com certeza”, afiança o belga Jean-Louis Poulet, de 24 anos e que não conhecia de todo os Açores. Aprender português foi “difícil”, e “a saudade, essa palavra portuguesa, é muita”, mas está a gostar do trabalho que desenvolve no departamento de ciências tecnológicas e desenvolvimento, na Universidade. O primeiro mês “foi o mais difícil”, mas a natureza, a praia e a fotografia, ajudaram a compensar a ausência da família. Já tem amigos açorianos e diz que os micaelenses, apesar de “reservados” são “muito optimistas”. Quando terminar o estágio “as saudades da Bélgica” vão falar mais alto e vai regressar. || Fonte: Açoriano Oriental cdias@acorianooriental.pt

Publicado: Segunda, 31 Julho, 2006

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