O combate à imigração ilegal vai ser uma das prioridades da presidência portuguesa da União Europeia, disse hoje o ministro da Administração Interna português, António Costa, durante a Conferência euro-africana sobre Migrações e Desenvolvimento, em Rabat, Marrocos.
«O tema da imigração legal será uma das prioridades da presidência portuguesa da União Europeia no segundo semestre de 2007», referiu António Costa no discurso proferido em Rabat a que a Agência Lusa teve acesso.
«A imigração regulada é um factor de enriquecimento económico, social e cultural das nossas sociedades É assim essencial trabalhar para promover a imigração legal«, disse o ministro, salientando a necessidade de gerir fluxos migratórios.
«Apesar da necessidade de Portugal admitir imigrantes, a capacidade não é ilimitada, o que torna necessário gerir os fluxos migratórios de uma forma equilibrada», adiantou o ministro no discurso, defendendo uma política que englobe aspectos como a admissão e integração dos imigrantes.
Em relação à conferência, que começou segunda-feira e termina hoje, António Costa considerou-a como «mais um elemento do processo da segunda Cimeira União Europeia-África, que se deverá realizar em Lisboa».
A segunda Cimeira União Europeia-África estava prevista para 2000 em Lisboa, mas foi adiada por tempo indeterminado depois das sanções impostas ao Zimbabué, com o Reino Unido a opor-se à deslocação do Presidente Robert Mugabe à Europa.
António Costa indicou também que a Conferência de Rabat «marca uma era no aprofundamento das relações entre a Europa e a África pela criação de uma estreita parceria para trabalhar em conjunto todas as questões relacionadas com a imigração e desenvolvimento».
Nesse sentido, o ministro português alertou que é preciso integrar e aplicar nas políticas bilaterais e multilaterais as conclusões da conferência.
No encontro participaram 57 países europeus e africanos e reuniram-se pela primeira vez países de origem, destino e trânsito da imigração ilegal.
Os participantes no encontro vão aprovar um Plano de Acção que vai fixar estratégias para impulsionar projectos económicos nas zonas da imigração, nomeadamente mediante a criação de um fórum comercial económico euro-africano.
O Plano de Acção pretende também promover o regresso dos imigrantes ilegais e fluxos de trabalhadores, em especial a imigração temporária, assim como a mobilidade dos estudantes.
Diário Digital / Lusa
Publicado: Quarta, 12 Julho, 2006
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