Uma notícia recente da Agência Lusa referiu que o Alto-Comissário para a Imigração e Minorias Étnicas defendeu que "a imigração é um assunto que deve ser abordado num "âmbito alargado" com o objectivo de continuar a potenciar "consensos" dentro da sociedade portuguesa.
"Rui Marques, que participou no encerramento do I Fórum das Estruturas Representativas dos Imigrantes, em Ponta Delgada (Açores), adiantou que é preciso saber "evitar abordagens fracturantes" sobre a imigração, pois "há mais vida para além dos fluxos migratórios".
Segundo disse, foi possível mexer na lei da nacionalidade em Portugal devido ao "grande consenso" político e cívico que se gerou, lembrando que esta é uma realidade que está "a contra ciclo" do resto dos países europeus.
Para o responsável pelo Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas (ACIME), que sublinhou a importância histórica deste primeiro encontro associativo de imigrantes, há que "prosseguir" o trabalho de "cooperação estratégica" que tem sido realizado entre as entidades oficiais e as associações de imigrantes em Portugal.
Além dos centros de apoio e da linha SOS imigrante, Rui Marques anunciou que será criada uma bolsa de formadores, em Junho, para promover, em todo o país, acções de informação e sensibilização gratuitas sobre questões relacionadas com a imigração.
O reforço da participação política e cívica das comunidades imigrantes a viver em Portugal é para Rui Marques um assunto "fundamental", que tem de continuar a ser aprofundado quer pela ACIME, mas também pelos responsáveis das associações de imigrantes.
"É fundamental que todos se pronunciem sobre a proposta de revisão da lei da imigração, que brevemente será lançada a discussão", apelou Rui Marques, acrescentando que só assim os imigrantes vão conseguir ser "cidadãos de pleno direito".
Com o objectivo de reforçar o movimento associativo dos imigrantes no país, o Alto-Comissário para a Imigração e Minorias Étnicas defendeu, ainda, que é preciso angariar mais sócios e despertar o mecenato no seio da sociedade civil.
O presidente da Associação dos Imigrantes nos Açores (AIPA) afirmou que o encontro procurou reforçar o conceito de cidadania activa e defendeu a necessidade de reforçar os espaços de discussão sobre imigração.
"Há ainda ideias obscuras sobre imigração que cabe às associações desconstruir", afirmou Paulo Mendes, acrescentando que o encontro nos Açores serviu, também, para criar uma plataforma de entendimento comum entre as várias associações.
A aposta na desburocratização, divulgação dos direitos e deveres dos imigrantes, potenciação da imigração legal e a realização de um fórum de discussão anual foram conclusões deste primeiro encontro de imigrantes, que decorreu na ilha de São Miguel, durante dois dias.
Sob o lema "Mais e Melhor associativismo imigrante", o evento organizado pela AIPA, reuniu 64 das 91 associações de imigrantes oficialmente reconhecidas em Portugal."
RME.
Lusa
Publicado: Domingo, 09 Abril, 2006
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