Texto/Foto: Modalidades
Uma semana depois de um caso de racismo ter abalado o andebol nacional, é agora notícia mais um triste episódio nos pavilhões nacionais. Desta vez, no feminino.
O caso aconteceu já a 31 de Janeiro último, mas ganhou agora proporções mediáticas após a divulgação dos castigos. Segundo informa o “Jornal de Leiria”, o Colégio João de Barros vai avançar para os tribunais civis, uma vez que a maior “vítima” no caso, foi a grande penalizada, ao ser castigada com seis jogos de suspensão.
Recuando, então, a 31 de Janeiro. No pavilhão de Alpendorada, vitória do Colégio de João de Barros por 21-29, frente à ARC Alpendorada. Triunfo confortável da equipa leiriense numa partida que foi interrompida a 34 segundos do fim, por invasão de campo e várias agressões. Antes, muito antes, durante quase 60 minutos, a atleta visitante Mariama Sanó terá sido o principal alvo de insultos racistas do público presente nas bancadas. Aquando da invasão, a atleta terá sido agredida, tendo que ser assistida no Hospital de Gaia.
Ao “Jornal de Leiria”, o treinador do Colégio João de Barros, Álvaro Filipe André, relata que durante todo o encontro o público teceu comentários racistas contra Mariama Sanó, Fátima Suaré e Natalina Melo. Nesse final dramático, trocas de agressões entre atletas e também a envolver espetadores. O jogo só terminou com a chegada da polícia ao pavilhão.
A internacional portuguesa Mariama Sanó foi, agora, a mais penalizada o que impulsionou a ira dos responsáveis do Colégio João de Barros, que prometem ir até às últimas instâncias, para penalizarem os responsáveis por estes actos. E acusam mesmo a equipa de Alpendorada de se ter recusado a “identificar um agressor” entre os espetadores.
Gabriel Oliveira, treinador da formação do ABC de Braga e treinador e selecionador de andebol universitário, não tardou em aliar-se à atleta Mariama Sanó. Na sua página de facebook, Gabriel Oliveira, publicou na tarde deste Domingo que privou com Mariama no Mundial Universitário, considerando-a “dura mas corretísima no jogo” e que tem “na mente um objetivo mas não deturpa as regras para o atingir”. O treinador acrescenta que Mariama é “um exemplo do que uma atleta deve ser… Dentro e fora de campo”.
É mais um caso que mancha o desporto nacional e para intensificar uma descrição final chocante do treinador Álvaro Filipe André: “[ndr: racismo no andebol feminino] Já aconteceu em vários pavilhões e vindo das pessoas mais surpreendentes. É uma situação que tarda em desaparecer nos campos deste país”, comentou ao “Jornal de Leiria”.
Publicado: Quinta, 19 Março, 2015
Web Development Via Oceânica 2009
Site em revisão para a adoção do novo acordo ortográfico.