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Ao longo das edições do Festival “O Mundo Aqui”, temos vindo a privilegiar um verdadeiro palco de cruzamento cultural, proporcionando espaços de valorização da cultura açoriana, dando oportunidade de divulgação de artistas imigrantes residentes na região e de propiciar o conhecimento de novos talentos provenientes de outros espaços geográficos.

A noite de sábado constitui um exemplo deste cruzamento intercultural com as atuações do grupo faialense “O Experimentar Na M’Incomoda” e de Tércio Borges & Os Democratas do Samba, que se encontram pela primeira vez nos Açores.

Tercio Borges, filho do violonista, cantor e compositor Tércio Guimarães, é natural do Rio de Janeiro, Brasil. Aos 16 anos de idade, começou o gosto pela música, tocando violão e cavaquinho nas “rodas de samba” do Rio. Entre trabalho a solo e em grupo, Tercio Borges possui 5 CDs gravados.

“Os Democratas do Samba” têm raiz no samba, a começar pela sua formação acústica, sua principal característica, pelo cavaquinho, violão, vozes, percussões e sopros, numa “roda de samba tipicamente carioca”. Liderado por Tercio Borges, o grupo “Os Democratas do Samba” não só resgatam os grandes temas, como apresentam originais e músicas contemporâneas, num clima brasileiro e de “um jeito bem carioca”.

O grupo da ilha do Faial “O Experimentar Na M'Incomoda”, por seu turno, reinventa a música tradicional açoriana numa perspetiva urbana, contemporânea e cosmopolita.

Estes açorianos tiveram como ponto de partida o disco “O Cantar Na M´Incomoda” (1998), do músico terceirense Carlos Medeiros.

“O Experimentar Na M'Incomoda” lançou-se este ano com um “aclamado disco homónimo” e apresentarão na sua atuação o seu novo trabalho, “2: Sagrado e Profano”, que integra diferentes temas do espólio religioso e lúdico da música tradicional dos Açores.

“A premissa é simples: aqueles que fazem Pedidos ao divino são os mesmos que dançam Chamarritas. Sagrado e Profano não é o Bem e o Mal, é a vida de um extremo ao outro das coisas

Publicado: Terça, 06 Novembro, 2012

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